segunda-feira, setembro 14, 2009


Esta liberdade de duvidar é uma questão importante em ciência e, creio, também noutros campos. Nasceu de uma luta. Foi uma luta ser permitido duvidar, não ter certezas. Não queria que esquecêssemos a importância dessa luta e, como consequência, que a abandonássemos. Sinto uma grande responsabilidade enquanto cientista que sabe do grande valor de uma filosofia da ignorância e do progresso que essa filosofia tornou possível, progresso esse que é fruto da liberdade de pensamento. Sinto a responsabilidade de proclamar o valor dessa liberdade e de ensinar que não devemos temer a dúvida, mas antes devemos acolhê-la como a possibilidade de um novo potencial para os seres humanos. Se sabemos que não temos a certeza, temos a possibilidade de melhorar a situação. Quero exigir esta liberdade para as gerações futuras.

Em três conferências inesquecíveis, Feynman - o cientista e o cidadão - reflecte sobre a ciência e a sociedade, o conflito entre a ciência e a religião, sobre a guerra e a paz, o nosso fascínio universal pelos discos voadores, a fé nas curas milagrosas e na telepatia, as desconfianças do povo em relação aos políticos - sobre as grandes preocupações do cidadão-cientista moderno.

Ouro puro, puro Feynman.

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