O conceito
Por tudo e mais alguma coisa ouço falar em “conceito”. Se vou a um restaurante da moda, vem logo alguém muito solicito perguntar se conheço o conceito. Pois, não conheço. Se vou a uma livraria e peço um livro pelo título ou pelo autor, voltam-me a perguntar se conheço o conceito. Não. Por fim, no ginásio perante o ar espantado de quem o frequenta quase pela primeira vez, me perguntam se sou conhecedora do conceito.
Enfim, chego à conclusão que actualmente há conceitos para tudo. E, embora eu ache que na esmagadora maioria dos casos nada acrescentem aos conceitos anteriores, os solícitos atendedores destes locais conceituados salientam sempre que se trata de algo inovador e único. E deste modo, acabamos a comer o conceito, a ler o conceito e a ginasticar o conceito.
Às vezes parece-me de tal modo ridículo que me dá vontade de rir (coisa que faço com frequência i.e. o conceito do riso) porque me querem impingir algo tão banal como se tratasse da mais recente descoberta do MIT. E estes novos conceitos o que fazem é criar preconceitos e nada trazem de novo aos conceitos anteriores. Sim, porque a comida dita saudável já existia antes, prateleiras com livros por ordem alfabética também, e ginásios remontam ao tempo dos gregos, senão mesmo antes, idem!
Por tudo isto, digo que estou farta do preconceito que têm quando me tentam explicar o conceito das coisas. Haja paciência.
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