sexta-feira, abril 17, 2009

À espera de Godot


Samuel Beckett, conhecido pela maioria como um autor vinculado ao teatro do absurdo e por alguns como o supremo realista, escreveu esta peça para teatro nos tempos do após segunda guerra mundial (publicada pela primeira vez em 1952).
Em cena, à beira de uma estrada junto a uma árvore, encontramos os dois anti-herois da tragicomédia: Estragon e Vladimir.

"Nada a fazer" é a primeira fala dita por Estragon que não consegue descalçar a bota - Vladimir responde: "Começo a ter a mesma opinião". E é assim a vida, nada a fazer, a não ser esperar por Godot: quem é Godot não sabemos a não ser que para os dois personagens parece ser importante a sua sempre adiada chegada.

A determinada altura entram Pozzo e Lucky, o último é escravo do primeiro: Lucky quando lhe é dada a oportunidade de falar tem um discurso ilegível sem sentido algum. O oprimido não verbaliza, sequer, a sua opressão.

Peça circular, o tempo passa para tudo se manter na mesma: um hino sarcástico à anestesia? Os dois personagens permanecem: esperando.

Enfim, se querem mudar o mundo este texto só vos ajudará a perder tempo enquanto buscam uma forma de agir. Não esperem nada dele.

Último diálogo:
Vladimir - Então? Vamos embora?
Estragon - Vamos.
(Não se mexem)

2 comentários:

mianes disse...

A coisa mais secante que alguma vez tive que ler e ver em toda a minha vida!

joana disse...

Pois Mariana, é mesmo esse o intuito! lol
tudo bem?

bjs