quarta-feira, novembro 18, 2009

Elmo's Post Weekly

Os fazedores de opinião

Muitas pessoas queixam-se da “falta de tempo”. Como se o tempo lhes fugisse, quando na verdade o que lhes falta é uma gestão ponderada do tempo que têm. Seja como for, tudo hoje em dia vai ao encontro do conceito da falta de tempo. A publicidade dá a ênfase à celeridade; sejam os arranjos de costura numa hora, as roupas lavadas e engomadas, passando pelas comidas prontas. Isto são peanuts… Porque quando ligamos a televisão, deparamo-nos com uma grelha de propostas de programas de informação nos quais a todo o momento estão sentados os fazedores de opinião (ou a tradução literal de opinion makers com entoação berárdica). Ele há para todos os gostos e, magia das magias, qual prestidigitador conseguem versar sobre assuntos diametralmente opostos. E o espectador fica impressionado. Especialmente quando se trata de programas de fim do dia, em que a pessoa se senta diante da TV em estado quase inerte e vê com o mesmo juízo crítico: a explicação do fim da recessão ao mesmo tempo que passa o anúncio do último tira nódoas, intercalado com a lesão de um jogador de futebol famoso.
No fundo, estes opinion makers apenas servem para aqueles que não têm tempo para ter ou formar uma opinião, a possam imediatamente obter por osmose de uns escassos segundos. E nem sequer precisam de sinapsar muitos neurónios para que isso aconteça, e no dia seguinte fazem um brilharete parafraseando os disparates alheios como se fossem conhecedores do assunto.

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