terça-feira, abril 18, 2006

Filosofia: atitude e saber

A Filosofia é uma atitude perante a vida ou seja uma forma de estar. Envolve uma atitude activa em que cada um deve pensar pela própria cabeça, questionando-se de forma exigente e crítica – Filosofia Espontânea.
Quando os filósofos sistemáticos tomam esta atitude, as suas conclusões passam a constituir formas de configurar a experiência ou seja saberes – Filosofia Sistemática.
Todo o Homem é filósofo porque todo o Homem possui a Razão — faculdade que lhe permite pensar. Se todo o Homem tem a possibilidade de pensar, ao fazê-lo, está a tomar uma atitude activa e consequente e inconscientemente está a filosofar. Ainda que não o saiba definir.



Características da Filosofia Espontânea

· É comum a todos os sujeitos
· É subjectiva, própria de quem reflectiu
· Não se constrói saberes devido à sua dimensão prática
· O seu objectivo é compreender e solucionar aquilo que foi problema

Características da Filosofia Sistemática

· Não é própria de todos, só de alguns — os filósofos profissionais ou sistemáticos
· Resulta de uma atitude activa por parte destes filósofos, em que as suas reflexões constituem saberes
· O seu método é uma reflexão muito crítica e exigente.
· O seu objectivo é compreender o real para dar sentido e significado à vida.


Os filósofos colocam-se nos problemas para os tentar resolver:
Método: procura existencialmente assumida, reflexão crítica e exigente
Objectivo: compreender o real, inteligibilidade do real
Objecto: o todo


O objecto da Filosofia é muito abrangente e por isso pouco específico.
Quando se diz que a Filosofia estuda o todo não quer dizer que o sistemático estude tudo mas sim, que não se refere a algo em particular.
A Filosofia também evolui por revisão sendo revisível e mutável.
O Homem não é filósofo só por ter a Razão, mas sim quando age activamente.

Especificidade da Filosofia

Universalidade (o que é comum a todos)
· todo o homem é filósofo
· o método é sempre uma reflexão muito exigente e crítica
· o objectivo é uma procura, existencialmente assumida, do real
· o objecto, dentro de cada época é o mesmo

Historicidade
· a própria História da Filosofia, desde o sue surgimento até aos nossos dias
· o objecto varia conforme as épocas e contextos históricos.
Se analisarmos uma obra filosófica de um autor, para nós desconhecido, podemos situá-la num determinado contexto histórico devido ao objecto a que se refere.

Autonomia
· a Filosofia é uma atitude, forma de estar na vida, agindo activamente, de uma forma crítica e exigente logo é autónoma
· é própria de quem a toma (atitude) por isso é independente
· é uma característica da atitude
Embora um determinado contexto histórico vá influenciar o objecto de estudo de um dado filósofo, este só muito pontualmente chegará a conclusões semelhantes dos sistemáticos que lhe são contemporâneos. A autonomia não se perde visto que não existem representações passivas da realidade.

Radicalidade (vai à raiz)
· como a Filosofia é uma atitude activa, há uma busca para as origens de fundamentos
· quando se sabe a razão de causa-efeito, sabe-se a razão de o ser
· não há verdades absolutas:
-a verdade é para um sujeito dependente das circunstâncias envolventes
-a verdade move-nos a avançar, apesar se não existirem representações passivas, logo, também não existem verdades absolutas. No entanto, o Homem através da revisão e do erro procura ficar mais próximo da verdade.
· não parte de pressupostos nem de dogmatismos.
A essência do Homem é a Razão — faculdade que lhe permite pensar. Faz dele aquilo que ele é e não pode deixar de ser. A Filosofia não tem qualquer utilidade porque não nos é exterior, está eminente a nós, sendo assim, é-nos vital. Ela é um produto da Razão. Porque o Homem é naturalmente ambicioso por “saber”, e tende para o que é Único. Fundamentar é a relação entre causa e efeito, é uma tomada de atitude activa, aproximação da essência — Razão = verdade.

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